sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Viagem Literária: Roverandom

Quem me conhece um pouco sabe que eu amo ler! Que sou fã do Maurício de Souza porque comecei a ler com os gibis da Mônica e que estou sempre pendurada com umas 5 leituras em paralelo. E leio de tudo, desde os livros fast-food que você não demora muito e nem pensa muito para ler, até os livros mais densos que posso demorar meses, ou ler em looooongas prestações.

Edição da Martins Fontes

O livro Roverandom do Tolkien foi um caso clássico das longas prestações. Ele nem é um livro muito difícil, mas como bom livro de Tolkien possui profundas descrições. Além, disso era o meu livro salva-vidas. Sabe, aquele que fica na bolsa que ajuda a enfrentar longas esperas, ou uma escapada para o café no meio da tarde. Eu sempre gosto de ter um livro a mão para não perder tempo olhando para o celular (vídeos de filhotinhos) ou para uma TV com noticiários manipulados.

A história é contada por Tolkien para seu filho, de pouca idade na época, depois que este perde um cachorrinho de brinquedo na praia. Na descrição do livro você descobre como Tolkien brinca com o eclipse lunar da época e outros fatores como a maré para validar toda a história para o filho. Depois que você descobre como Tolkien realmente contava as histórias, diferente do Peter Jackson, até entende porque os filhos se recusam a vender os direitos para o cinema. Mas continua secretamente torcendo para que sejam vendidos.


Rover é um cachorrinho agitado e isto faz com que ele tenha muitas aventuras. Entre elas ir a Lua, enfrentar dragões ou morar por um tempo no fundo do mar. É uma história prazerosa de ler, eu me recordei da infância quando minha mãe lia as histórias do Monteiro Lobato para a gente. Pensando em Monteiro Lobato, eu não pude deixar de comparar a descrição do reino no fundo do mar com o Reino das Águas Claras. Com certeza é uma história que pode ser compartilhada com crianças e que os adultos irão gostar também, pois o livro não duvida em nenhum momento da capacidade de inteligência do leitor.

Uma das passagens que eu mais gosto é quando na Lua, Roverandom viaja até um outro lado da Lua com o Mago e lá ele vê a invasão de crianças. Estas crianças estão alegres e brincam a vontade na superfície da Lua e ele encontra uns garotinhos já conhecidos por ele quando ele passou um tempo sendo cachorrinho de brinquedo. É um dos momentos mais felizes quando ele pode voltar a brincar com esses meninos. Os meninos vão embora, e o Mago explica que eles simplesmente acordaram. Aquele é um lugar para onde as crianças iam quando sonhavam.

Não se preocupe, o livro tem tanta aventura que esse não foi um spoiler, foi só uma espiadinha rss

É uma história cheia de encantos e detalhes, vale a pena ser lida.