quarta-feira, 14 de abril de 2021

Não costuma falhar

 


B0r3d era o responsável por observar, catalogar e entender o que os indivíduos do pequeno planeta. Não que fosse um planeta muito relevante já que ele ficava numa estrela menor num canto de uma galáxia. Mas como os indivíduos daquele planeta, se organizavam em comunidades, era necessário verificar se valia mesmo a pena tê-los como vizinhos. Ninguém gostava muito do autodenominados humanos, eles queriam sobreviver a qualquer custo, obtendo vantagens que minavam a própria sobrevivência, o alto comando dizia que o trabalho de B0r3d era necessário pois pelos menos as demais espécies do planeta pareciam bem mais interessantes e sofriam interferência direta dos humanos.

Ele já estava bem acostumado com a rotina dos humanos no entanto, após alguns séculos de observação soube que não era apenas a sobrevivência que queriam e nem a possibilidade de funções básicas de organização de sociedade, os humanos também procuravam cuidar e polir as próprias emoções de forma a liberar hormônios que os faziam se sentir bem. Tudo isso, interferia diretamente na organização de sua cultura, suas guerras, sua organização política e como eles se relacionavam. Curioso, B0r3d disfarçado de humano, chegara a experimentar o que eram essas coisas que os humanos faziam para que melhorassem seus humores e emoções. O fato é que B0r3d após tanto tempo já se sentia mais perto dos humanos do que dos demais de sua espécie.

O alto comando se viu alerta com o comportamento de B0r3d. O mesmo não acontecia com os demais que observavam as demais espécies do planeta. Por isso, decidiu por olhar mais de perto B0r3d, afinal, o trabalho do alto comando era observar. X0v3m foi destacado para assessorar B0r3d e reportar o alto comando sobre o comportamento estranho do colega. Quando soube, B0r3d não se alarmou nem um pouco, afinal o trabalho sempre foi feito e entregue corretamente e talvez fosse interessante dividir um pouco da humanidade com um colega.

Ele mostrou a X0v3m algumas coisas que afetavam os humanos e sua organização, o clima, o relevo, quanto tempo os humanos ocupavam determinada parte do planeta, o que os humanos denominavam como riqueza, como era o sistema de comunicação, como eles se alimentavam, e como era a organização numérica. Xov3m reportou e continuou seu trabalho. B0r3d então mostrou como todas essas coisas podiam ser benefícios ou mazelas da humanidade, era uma lição difícil pois X0v3m não entendia porque uns acumulavam demais o que os outros não tinham. Além disso, a maior dúvida foi entender o motivo pelo qual eles destruíam recursos que obviamente iam precisar para viver. X0v3m não entendia nada, aliás, ao relatar essas coisas para o alto comando, ele reforçou que não queria ter vizinhos que não entendessem o básico de sobrevivência da própria espécie. B0r3d é claro estava ciente do que estava acontecendo com X0v3m, ele já passara por aquilo. Na observação seguinte, Bor3d sugeriu a X0v3m que usassem o disfarce de humano.

Era uma manhã fria, branca de névoa. X0v3m soltou uma respiração pesada observando a pequena nuvem que formara na boca da sua forma humana, a pele arrepiava ao sentir o vento. Ele começou a olhar em volta para sentir a perspectiva que um humano tinha. As folhas das árvores tinham tantos nuances de verde e os sapatos das outras pessoas faziam um som ritmado nas calçadas. B0r3d o guiou até um estabelecimento próximo e quando entraram, X0v3m sentiu a agradável mudança de temperatura, o cheiro do lugar causou um barulho no centro do seu corpo e B0r3d soltou um barulho engraçado entre os dentes.

- Sente-se aqui. - ouviu B0r3d dizer enquanto indicava o lugar. - Eu já volto.

X0v3m desconfiou mas seguiu a sugestão. B0r3d se afastou e X0v3m continuou sua observação. Alguns humanos entravam no local e saiam apressadamente carregando formas tubulares, ele percebeu a alteração no humor deles nessa simples interação. Quando B0r3d voltou com duas formas similares e um pacote.

- Alimento. - Ele apontou o pacote. - Tire do pacote, coloque na boca e mastigue antes de engolir.

E assim X0v3m pegou o pacote e abriu, olhou dentro e tinha uma forma arredondada e macia lá dentro. O cheiro era relativo ao cheiro do lugar, a temperatura era maior e quando ele seguiu as instruções de B0r3d o gosto causou satisfação. Ele se ouviu fazendo barulho relativo a essa sensação e B0r3d fez o mesmo barulho de antes entre os dentes. Olhou para B0r3d e ele estava com as mãos na forma tubular e cheirava seja lá o que tinha dentro.

- É um copo de café, beba um pouco. - ele disse.

Deixando o pãozinho na mesa, X0v3m olhou desconfiado dentro do copo. O líquido era escuro mas o cheiro era agradável, forte. Ele viu Bor3d assoprar o líquido antes de bebê-lo e repetiu a ação. O líquido desceu quente pela garganta, ele suspirou a sensação sendo cada vez mais agradável. Os olhos abriram largos, querendo captar todo o ambiente e até ouviu o Jazz que um saxofonista tocava na esquina. O mundo dos humanos era tão estranho cheio de coisas, sentidos, mas aquilo o tornava tão bom.

- Eles gostam da vida curta deles e a apreciam da melhor forma, é por isso que fazem o que fazem. Podiam sim aprender várias coisas e melhorar várias coisas, têm potencial pra isso a maioria deles, quem sabe um dia. E o café, bem, o café não costuma falhar de lembrá-los disso.

X0v3m entendeu então porque B0r3d ficou séculos observando os humanos, nada era tão simples como ele pensava ser quando se tratava do que eles sentiam, principalmente o café.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

2021 chegou!

 


Tem gente que começa o ano todo ouriçado já querendo inventar coisas pra fazer né. Pois é, eu tenho dessas. Mais alguém aí?

Falei pra Dani que queria voltar a escrever, mas não queria meu blog antigo. E ela falou para eu usar esse espaço aqui. Originalmente, o Dez Pares de Meia seria sobre contar nossas viagens e preparações de viagens, mas pandemia tá aí e a como não queremos arriscar nada nem ninguém em nenhum grau viagens não estão rolando. Além da cabeça toda ocupada em sobreviver e não deixar ninguém morrer que pesa demais nos assuntos.

Mas há aquele canto particular, das conversas leves, dos amigos que tem espaço para compartilhamento. Então a ideia é essa. Tá todo mundo tão cansado de falar em pandemia. Tem tanto canto científico bom falando disso, estudiosos da área. Não tem porque replicarmos tudo isso. Eu entendo ser importante, e o pessoal que conversa com a gente normalmente sabe como estamos preocupadas. A Dani trabalha com saúde mental, dá pra ter ideia de como ela tem trabalhado nesses últimos tempos só com essa afirmação. Mas vamos deixar por um momento a divulgação pra quem é de divulgação.

Enfim.

Depois de perguntar para algumas pessoas nas Internets, além de blogar eu resolvi fazer uma Newsletter. Talvez mensal, talvez quinzenal. Para trazer um pouco de conversa para o nosso dia a dia. A ideia é falar sobre coisas cotidianas, coisas que tenho lido e conversado. É saudade daquele papo com os amigos que fala né.

O link para inscrição é esse: https://tinyletter.com/alineghi

O blog continua. =)

Meu apoio a todos vocês que estão passando por esse momento tão difícil. Não acredito na bobagem que sofrimento é bom que faz a gente crescer porque felicidade é bem melhor e também faz isso. Sofrimento é só sofrimento mesmo, é o jeito que a gente tem de passar por coisas ruins e não enlouquecer.

Força!

domingo, 15 de novembro de 2020

O Labirinto das Expectativas

 Assim como a família Dinossauro, os Simpsons ou qualquer família parodiada da TV, a minha família também se reúne em frente a TV para passar tempo juntos. Este é um programa recorrente da quarentena a noite quando estamos todos com o dia de trabalho encerrado, pós janta. E aí algumas coisas já assistimos juntos e comentamos sobre o assunto ou fizemos piadas internas. Vários episódios de Star Trek depois e vários Duros de Matar, também assistimos alguns filmes da época do sintetizador eletrônico, A História Sem Fim e o filme que eu quero comentar aqui, O Labirinto.

O Labirinto fala de uma história de fantasia, sobre uma adolescente, Sarah, que tem que ficar em casa com o irmão bebê que chora muito, e por isso, ela pede ao rei duende do livro que está lendo que o leve embora. Um risco operacional de ser irmão mais novo. Para resgatar o irmão, Sarah tem que atravessar um labirinto e passar por várias provações para chegar ao castelo do rei duende que fica no centro. Quando entra no labirinto, ela olha para os dois lados e decide por um deles que percorre sem achar nenhum canto qual virar, apenas um corredor reto. Desesperada por não ter saída, ela se senta encostada em uma das paredes onde vê uma lagarta.


Nessa parte eu falei: “Ah lá, igual Xuxa versus Baixo Astral!” – E assim foi em várias outras partes do filme.

Enfim, a lagarta diz a Sarah para que ela siga contra a parede, que ali havia mais de um caminho. A Sarah não acredita muito, mas ela tenta. Só quando ela passa pela parede ela começa a enxergar os cantos do labirinto como ele realmente é. É uma parábola clichê, mas os clichês às vezes são bem eficazes não é mesmo? Eu tenho uma amiga que diz que o óbvio tem que ser dito. Claro, porque até o óbvio é um ponto de vista.

A gente constrói o nosso pensamento normalmente das coisas que vivemos, dos nossos aprendizados, das pessoas que conhecemos. Como meio de prevenir a nossa segurança, tentamos também prever o que pode acontecer e assim poder pensar em maneiras de agir nas situações. Isso gera mil expectativas sobre o futuro. E a gente às vezes se apega naquelas expectativas que mais nos atrai. As outras pessoas, é claro, são alheias às nossas expectativas. E aí que o conflito é gerado por não sermos correspondidos, ou pelas coisas não acontecerem do jeito que a gente quer. A maravilha de cada um ter um mundo particular e agir de formas aleatórias a nossa vontade.

Sarah esperava que o labirinto fosse eterno e por isso não encontrava saída logo no começo. Precisou de uma lagarta para alertá-la que as coisas são alheias a expectativa. Se ela mantivesse seu pensamento inalterado, e não pensasse nas demais opções, ela continuaria a correr sem parar no mesmo sentido.

O que vejo hoje é que muitos conflitos acontecem por causa das expectativas. Esperar que as pessoas sejam empáticas, esperar que as pessoas entendam pelo que passamos, esperar que as pessoas saibam do que eu estou falando, querer que as pessoas nos deem atenção. É tudo uma questão de expectativa. Sendo que cada um tem uma expectativa própria o mundo vai ficando fechado e fechado.

Mas como achar os outros caminhos no labirinto? De repente olhar um pouquinho por outro ângulo, ou se precisar encostar a mão na parede perguntando o que realmente é real e o que realmente existe por traz do que esperamos. Não é fácil, nem indolor, mas talvez nos poupe de perder um tempo percorrendo o mesmo caminho sem nunca achar uma saída ou de ficar parado no mesmo lugar.

Quem sabe a gente não chegue ao objetivo e possa pedir o autógrafo do rei duende David Bowie.


Eu errei o prazo quando achei que era até dia 15, mas pelo menos é um atraso menor do que a semana passada hahaha. Mas tenho ficado feliz em poder voltar a escrever. Meus agradecimentos novamente a Aline Valek e a Gabi Barbosa pelo incentivo.

Abaixo, o tema da semana.


tema de 8 a 14.11: espadas

O naipe de espadas diz sobre algo que acontece no plano mental: a racionalidade, a ideologia, a verdade. Mas também fala sobre os problemas que só existem na nossa cabeça, que tanto nos pressionam e criam grandes conflitos internos. Que tal falarmos mais sobre isso? Publique no seu blog e participe da blogagem coletiva: #estacaoblogagem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Criatividade - que seja imortal, pois cuidaremos



 Quem aqui nunca se deparou com as cenas dos atrasados do ENEM? Aquele desespero de gente correndo para chegar antes ou a tempo de o portão fechar bem na cara da pessoa. Tudo bem brasileiro, com direito a torcida e vendedor de pipoca. Com a quantidade de informações que estamos expostos o tempo todo, estamos o tempo todo tentando não ser um dos atrasados do ENEM. A pandemia que já existia antes da atual, que ataca os pulmões, ataca diretamente nossas emoções em forma de ansiedade. A corrida de estar sempre atualizado, a pobreza nos conteúdos encontrados nas breves notícias que nos pescam pelos títulos e a riqueza de conteúdo nas threads das pessoas que estudam os assuntos específicos.

Uma corrida insana, invencível. Sem ganho real. Os resultados são quadrados, sem mudanças, sem novas criações. UFA! Calma, gente.

Já justifiquei o meu atraso na postagem. Não, mentira, calma aí que você já vai entender tudo.

Dia desses num destes documentários sobre a evolução do planeta apresentada em duas horas, eu vi que o homem teve sua evolução porque estamos no único planeta do sistema que suporta e mantém fogo. Não lava, mas fogo mesmo. A humanidade, assim como todos os outros seres vivos, concorre pela energia do universo criada no Big Bang, descobriu que o fogo potencializava a energia dos alimentos, que quando uma carne era passada no fogo as calorias eram multiplicadas. E assim tudo foi evoluindo. A faringe se adaptou para fala, o cérebro a entender e racionalizar que era possível aprender através do outro. Saber o que era um tigre sem nunca ter visto um tigre. Fogo movendo toda a evolução.

Se eu escrevo tudo isso hoje e alguém lê, é porque em algum momento alguém criou um jeito de se comunicar por símbolos e desenhos. Além da criação, toda a adaptação feita ao longo do tempo para ajustar a realidade e a cultura. Tudo, no momento que é criado ou adaptado exigiu algum canto de criatividade para ser feito.

Vi muita gente falando sobre se reinventar por causa da pandemia. Criar novas formas de garantir a sobrevivência e a vida. Criatividade é essencial como o fogo. O início de tudo e o que nos mantém evoluindo.

Mas o fogo para começar precisa de uma faísca e para perdurar precisa de atenção e cuidado. Se colocarmos a criatividade como uma necessidade para evolução, temos que questionar o quanto investimos nela, quanto tempo e quanto estamos sendo criativos em nossas ações e tomadas de decisão. Se estivermos sempre atrás de informações com medo de ser um dos atrasados do ENEM, sem nem questionar ou elaborar sobre o que lemos e estamos acumulando, quanto a nossa criatividade fica minada? Quanto é usado de criatividade para instigar o mal e a involução de pensamento? E a pergunta valendo mais um milhão de anos da humanidade na Terra. Por onde anda a criatividade das pessoas?

.....

Achei linda a proposta da minha xará Aline @alinevalek e da Gabi @umacertagabi de voltarmos a blogar. E não foi simplesmente um chamado, tem proposta de temas semanais baseados em tarô. Decidi tentar, às vezes a gente só precisa recomeçar, né mesmo?

O tema da semana passada que escrevi hoje foi este:



tema de 1º a 07 de novembro: PAUS

O naipe de paus está ligado diretamente à energia do fogo e basta pensar no significado deste elemento para a humanidade — nós não vivemos sem ele. É um naipe impulsionador, dinâmico e que fala da nossa criatividade. O que te sustenta? O que te estimula? O que te dá paixão? Publique no seu blog e participe da blogagem coletiva compartilhando com a hashtag: #estacaoblogagem.

Tem muita gente boa participando, é só procurar pela hashtag.  =)

E como diria Stephen King, quanto mais a gente lê, melhor a gente escreve, vou deixar o link do blog delas porque vale a pena seguir:

.....

Okay, faz muito tempo que não escrevo então deixe aqui seu comentário sobre o texto, DM, twitter, ou me manda um telegrama. O que quiser heheh Mas sem correria, estamos aqui de boas. 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Filme: A Vida Secreta de Walter Mitty



Assistindo hoje o vídeo do Jovem Nerd sobre filmes que dão vontade de viajar, entrei naquele modo que a gente fica refletindo sobre quanto o mundo é imenso e o quanto há para se ver ainda.

O filme A Vida Secreta de Walter Mitty fala exatamente sobre isso. Sobre como a gente se acomoda a uma vida de hábitos e rotinas, e como isso pode ir engolindo a gente, a nossa criatividade, as nossas inspirações.

Pensar nisso trancado numa quarentena pode dar uma certa ansiedade sobre como vou chegar nesse ponto de sair da rotina, afinal a rotina é o nosso porto seguro atual. Entenda que a rotina não é ruim quando pensamos que no momento temos que ser práticos e pensar no que estamos fazendo a cada passo. Mas o quanto essa rotina afoga os seus pensamentos próprios? Talvez sentar pra relaxar, ler um livro, escutar uma música, meditar, já sejam maneiras de fugir da rotina e de praticar uma higiene mental nesses tempos.

Seyðisfjörður, na Islândia

Seyðisfjörður, na Islândia


Uma das coisas que eu gosto nesse filme é a versão de Space Oddity, do David Bowie, cantada pela atriz Kristen Wiig. É uma das minhas músicas favoritas, e tem tudo a ver com a solidão que nos submetemos e quando isso acontece pensamos no que construímos, nos nossos amores e contemplamos a vida. Aliás, que trilha sonora maravilhosa este filme tem.

Pesquisando aqui, achei um post muito legal do Viagens Cine sobre esse filme, que eles citam a frase de Shakespeare: "Sabemos o que somos, mas não o que podemos ser."

As imagens peguei no Pinterest porque a Islândia é só um projeto ainda. (não achei a quem creditar) ❤️ É da cidade de Seydisfjordur onde foram filmadas a cenas do skate.


E aí, partiu transformar nossos dias?

sábado, 10 de março de 2018

Acreditar: Quando a viagem começa

Podem me chamar de otimista iludida, mas sim, eu acredito que a viagem começa quando você começa acreditar que pode e irá viajar. Não é minha intenção convencer alguém com esse texto, apenas vou falar sobre algumas coisas que eu acho e que não se aplicam somente a viagens, mas também a todo o resto.

Tive sorte de ter pais que batalharam por muitas coisas e que me ensinaram que todo conhecimento que absorver usar nunca vai me ser roubado e tudo o que eu quiser fazer, se eu aplicar o esforço correto posso conseguir. Obvio que tem coisas imutáveis e tem coisas que não dependem de mim, mas o caso é, até que ponto depende e até onde ir antes de desistir de alguma coisa.

Tem gente que ama fazer listas, tem gente que odeia e tem gente que não é organizada o suficiente. Bem, eu acho que me enquadro nas não organizadas, quer dizer, para o meu trabalho sou organizada até demais, mas para a minhas coisas... Faço listas mentais das quais me esqueço, mas tem sempre algo que fica ali em algum ponto da mente. (Talvez a Dani possa complementar esse ponto rs) Pois bem, há muito tempo atrás, quando eu ainda nem trabalhava fiz uma lista mental de algumas coisas que queria realmente fazer, tipo: Ir num show da Madonna; Viajar pra Inglaterra; Poder comprar um computador com o meu próprio dinheiro. Algumas pessoas vão falar que tem coisas muito fáceis nesta lista, mas outras não. Lembre-se que eu não tinha dinheiro na época e nem uma direção de carreira que pudesse me dar o vislumbre de quanto dinheiro eu ganharia.

Na época eu tinha que decidir outras coisas, como que faculdade faria e para onde alguns rumos a minha vida tomaria e é claro, e o meu foco sempre foi mais voltado para o presente.. Felizmente, eu sempre encarei tudo que devia, sem pular nenhum passo. Nada foi fácil e tudo me trouxe aprendizado e conhecimento. Quando chegou o momento eu pensei: "Putz... Agora eu consigo me planejar pra fazer algumas coisas da lista."

Com os meus primeiros salários "estáveis" (nada de estágios, mas trabalho com carteira assinada) eu pude investir no computador. Calculei lá, aguento pagar tanto de parcela em tantas vezes e fiquei um bom tempo decidindo a configuração. Quem me conhece sabe que demoro para comprar as coisas pois sempre faço essa balança de custo-beneficio. Era preciso um computador, já que trabalho com área tecnológica, não era apenas diversão. Mais do que justificável, comprei o computador. Um item ticado da lista. E assim fui comprando outras coisas, nada na loucura, nada acima do que podia pagar.

O show da Madonna com certeza seria o último item da lista. Para mim, não era um bem durável e por isso foi uma das últimas coisas que fiz e ainda sim, porque surgiu a oportunidade. Depois de um tempo eu aprendi que algumas coisas são para gastar mesmo. Entretenimento é uma delas. Mas elas tem o seu devido valor e seu devido tempo. Tem coisas que as lembranças que ficam já valem o investimento.

E o show da Madonna foi só um de muitos outros
Aí chegamos a questão da viagem... Foi através da conversa com alguns amigos que viajavam regularmente ao exterior que percebi que viajar não é nenhum bicho de sete cabeças. Que mesmo sem falar um inglês perfeito ou ter milhões de dinheiros para gastar é possível. E comecei a guardar um pouco de dinheiro e calcular, da mesma forma que fiz com o computador, quanto era possível guardar por mês para uma viagem e quanto tempo eu demoraria para conseguir. Garanto que demorou menos do que eu esperava e, com a ajuda de algumas amizades que me davam conselhos e me ajudavam a planejar deu tudo certo. Aliás, culminou quando uma amiga minha disse: "Olha, tava querendo ir pra Inglaterra e Escócia." e lá fomos nós. Depois que você aprende o caminho para viajar, percebe que é possível e que pode ir várias vezes para vários lugares.

Olhaí a gente em Stonehenge na primeira viagem que fizemos para o exterior

Percebi que a gente tem que parar de culpar as coisas, situações e pessoas e tentar. Acreditar em si mesmo já é o começo da viagem.

Tanta coisa muda em tão pouco tempo, o jeito é trilhar um bom caminho e esperar por boas coisas. =)

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Os Planetas de Star Wars

Em inglês, hoje (04/maio), a descrição da data ocorreria da seguinte forma:

May, 4th - 4th é lido como Fourth.

Você já deve ter ouvido a seguinte frase (principalmente no dia de hoje): "Que a Força esteja com você!" em inglês: "May the Force be with you!". Então... 

May, 4th = "May the Force be with you!"

Por este motivo, hoje é comemorado o Star Wars Day! =)

Algumas pessoas vão pensar: Mas nossa, pra que tanta explicação?

É bem simples, todo ano eu me empolgo demais nesta data e saio cumprimentando as pessoas como se fosse Natal e boa parte desta amostragem se mostra confusa com a informação. Por isso achei melhor explicar logo antes de começar essa postagem.

"Do or  do not, there is no try." - Yoda treinando Padawan

Tem muitas coisas que eu posso falar sobre Star Wars, eu tento me conter um pouco, senão as pessoas não me aguentariam. Desta vez, escolhi falar sobre alguns planetas onde são ambientalizadas (existe essa palavra? - a internet disse que existe) as histórias. Imagina só ter que viajar para um planeta desses sem nenhuma preparação? Então, segue abaixo um pequeno guia de planetas:

TATOOINE: É o primeiro planeta que aparece no primeiro filme lançado "Uma Nova Esperança", os droides são mandados para lá com a mensagem de pedido de ajuda da Princesa Leia. Depois a gente descobre que é o planeta onde Anakin Skywalker é vive quando criança, e é levado por Qui-Gon que decide treiná-lo como Jedi, e para onde Obi-Wan Kenobi leva Luke para ser criado pelos tios. Os tios de Luke tinham uma fazenda de umidade, que drenava água da atmosfera do planeta. Por orbitar dois sóis, o planeta é coberto por deserto e formações rochosas. Os dias são extremamente áridos e luminosos, principalmente no Meio-dia duplo. O clima de Tatooine é conhecido por causar envelhecimento precoce em humanos, portanto, não esqueça seu filtro solar.

"Bem, se o universo tem um centro luminoso, você está no planeta mais distante dele." - Luke para C3PO
GEONOSIS: Em determinado momento de sua história, o planeta foi atingido por um cometa o que não o torna tão atraente para os visitantes. O clima é quente, a superfície é de deserto de rochas vermelhas e, até mesmo o céu é vermelho. E a água é extremamente escassa. Para que, então, incluir o planeta nesta lista? É nele que você vai encontrar a fábrica de droides e armas de guerra. Se Geonosis tivesse uma placa de boas-vindas estaria escrito: "Aqui foi iniciada a fabricação da primeira Estrela da Morte." ou "Aqui foram iniciadas as Guerras Clônicas". Lembre-se de levar seu repelente caso for pra lá.

"Quem iria a Geonosis? Aquilo não é nada mais do que um ninho de insetos!"― Chal Tozr
HOTH: Já que estamos falando de desertos que abrigaram batalhas que tal falar de Hoth?! A melhor descrição para Hoth é isolado, desolado e extremamente gelado. Sua superfície é coberta por um oceano congelado, exceto onde fissuras vulcânicas abriram saídas de vapor. De fato, o planeta só ficou conhecido por abrigar a Base Echo da Aliança Rebelde e por isso foi palco de uma das batalhas contra o Império. Leve roupas bem quentinhas e mantenha sempre o seu Tauntuan por perto.

"Não tem vida nesse cubo de gelo suficiente para encher um cargueiro" ― Han Solo
CORUSCANT: Se você procura lugares badalados e grandes centros, Coruscant é o lugar. Pois é, o planeta inteiro é uma grande cidade com inovações e tecnologia. Considerada a capital de toda galáxia, abriga o centro de governo da República. Lá é onde está situada a sede do Senado Intergalático e a cidade é comandada principalmente, pela Federação do Comércio. Além disso, o planeta abrigou o Templo Jedi. Tudo é muito bonito visto de cima dos arranha-céus, mas na superfície do planeta, onde luz solar nunca alcança, existia uma névoa de luzes artificiais e flutuantes hologramas, promessa de entretenimento e fuga. Ah... ok, vamos tirar da lista. Coruscant foi destruída pela estação Starkiller.

"Coruscant... o planeta inteiro uma grande cidade."― Ric Olié
NABOO: Este é um planeta, com certeza (se não fosse imaginário), visitável. Tem renome em toda a galáxia como um centro de paz e aprendizado. Suas belas cidades coexistem em harmonia com as planícies gramadas e as colinas que as cercam. O clima é temperado, e os predadores mais perigosos são relegados, principalmente, ao peculiar núcleo aquático de Naboo. Ao contrário da maioria dos planetas que possuem núcleos de lava, Naboo é vazado e preenchido com oceanos que correm em seu centro. (esta parte eu copiei da Wiki porque gostei muito da descrição). Foi onde Anakin conheceu Padme Amidala, e palco de romance da história.

Segure-me, como você fez perto do lago em Naboo; Há tanto tempo quando não havia nada senão o nosso amor. Nenhuma política, nenhuma conspiração, nenhuma guerra. - Padme Amidala
JAKKU: Muito parecido com Tatooine, Jakku é um planeta de clima desértico, povoado por caçadores de sucata, por ter sido cenário de uma das batalhas onde o Império derrotou a Nova República, instaurada após a Batalha de Endor. Muitas naves caíram no local atraindo este tipo de população. O planeta também foi usado pelo Império para a extração de minerais e como base de aérea, onde as naves paravam antes de ir a planetas mais longínquos.

"Aqui temos o mundo desértico de Jakku, inútil, mas prestes a viver para sempre na história como o lugar onde o Império derrotou a Rebelião de uma vez por todas."― Grão-Moff Randd 
ENDOR: Endor é um planeta gasoso e inabitável, nós estamos interessados é em uma de suas Luas! Conhecida como Lua Florestal de Endor, foi reconhecida por ser a terra natal dos Ewoks e era relativamente calma, antes do Império instalar uma de suas bases e da batalha ocorrida contra os Rebeldes. O terreno desta Lua é coberto de florestas bastante fechadas de pinheiros e sequóias. Por isso, tem um clima confortável, temperado e ameno. Pegue seu kit acampamento e bora lá!

"Oh, eu te disse que era perigoso aqui!" ― C-3PO
É claro que há muitos outros planetas e histórias sobre estes lugares e estes que escolhi foram apenas uma pequena (milimésima) parte do Universo Star Wars. Espero pelo menos ter despertado um pouco de curiosidade em vocês.

Muita coisa escrita aqui, procurei na Internet e boa parte, encontrei na Star Wars Wiki.

Que a Força esteja com vocês!