domingo, 15 de novembro de 2020

O Labirinto das Expectativas

 Assim como a família Dinossauro, os Simpsons ou qualquer família parodiada da TV, a minha família também se reúne em frente a TV para passar tempo juntos. Este é um programa recorrente da quarentena a noite quando estamos todos com o dia de trabalho encerrado, pós janta. E aí algumas coisas já assistimos juntos e comentamos sobre o assunto ou fizemos piadas internas. Vários episódios de Star Trek depois e vários Duros de Matar, também assistimos alguns filmes da época do sintetizador eletrônico, A História Sem Fim e o filme que eu quero comentar aqui, O Labirinto.

O Labirinto fala de uma história de fantasia, sobre uma adolescente, Sarah, que tem que ficar em casa com o irmão bebê que chora muito, e por isso, ela pede ao rei duende do livro que está lendo que o leve embora. Um risco operacional de ser irmão mais novo. Para resgatar o irmão, Sarah tem que atravessar um labirinto e passar por várias provações para chegar ao castelo do rei duende que fica no centro. Quando entra no labirinto, ela olha para os dois lados e decide por um deles que percorre sem achar nenhum canto qual virar, apenas um corredor reto. Desesperada por não ter saída, ela se senta encostada em uma das paredes onde vê uma lagarta.


Nessa parte eu falei: “Ah lá, igual Xuxa versus Baixo Astral!” – E assim foi em várias outras partes do filme.

Enfim, a lagarta diz a Sarah para que ela siga contra a parede, que ali havia mais de um caminho. A Sarah não acredita muito, mas ela tenta. Só quando ela passa pela parede ela começa a enxergar os cantos do labirinto como ele realmente é. É uma parábola clichê, mas os clichês às vezes são bem eficazes não é mesmo? Eu tenho uma amiga que diz que o óbvio tem que ser dito. Claro, porque até o óbvio é um ponto de vista.

A gente constrói o nosso pensamento normalmente das coisas que vivemos, dos nossos aprendizados, das pessoas que conhecemos. Como meio de prevenir a nossa segurança, tentamos também prever o que pode acontecer e assim poder pensar em maneiras de agir nas situações. Isso gera mil expectativas sobre o futuro. E a gente às vezes se apega naquelas expectativas que mais nos atrai. As outras pessoas, é claro, são alheias às nossas expectativas. E aí que o conflito é gerado por não sermos correspondidos, ou pelas coisas não acontecerem do jeito que a gente quer. A maravilha de cada um ter um mundo particular e agir de formas aleatórias a nossa vontade.

Sarah esperava que o labirinto fosse eterno e por isso não encontrava saída logo no começo. Precisou de uma lagarta para alertá-la que as coisas são alheias a expectativa. Se ela mantivesse seu pensamento inalterado, e não pensasse nas demais opções, ela continuaria a correr sem parar no mesmo sentido.

O que vejo hoje é que muitos conflitos acontecem por causa das expectativas. Esperar que as pessoas sejam empáticas, esperar que as pessoas entendam pelo que passamos, esperar que as pessoas saibam do que eu estou falando, querer que as pessoas nos deem atenção. É tudo uma questão de expectativa. Sendo que cada um tem uma expectativa própria o mundo vai ficando fechado e fechado.

Mas como achar os outros caminhos no labirinto? De repente olhar um pouquinho por outro ângulo, ou se precisar encostar a mão na parede perguntando o que realmente é real e o que realmente existe por traz do que esperamos. Não é fácil, nem indolor, mas talvez nos poupe de perder um tempo percorrendo o mesmo caminho sem nunca achar uma saída ou de ficar parado no mesmo lugar.

Quem sabe a gente não chegue ao objetivo e possa pedir o autógrafo do rei duende David Bowie.


Eu errei o prazo quando achei que era até dia 15, mas pelo menos é um atraso menor do que a semana passada hahaha. Mas tenho ficado feliz em poder voltar a escrever. Meus agradecimentos novamente a Aline Valek e a Gabi Barbosa pelo incentivo.

Abaixo, o tema da semana.


tema de 8 a 14.11: espadas

O naipe de espadas diz sobre algo que acontece no plano mental: a racionalidade, a ideologia, a verdade. Mas também fala sobre os problemas que só existem na nossa cabeça, que tanto nos pressionam e criam grandes conflitos internos. Que tal falarmos mais sobre isso? Publique no seu blog e participe da blogagem coletiva: #estacaoblogagem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Criatividade - que seja imortal, pois cuidaremos



 Quem aqui nunca se deparou com as cenas dos atrasados do ENEM? Aquele desespero de gente correndo para chegar antes ou a tempo de o portão fechar bem na cara da pessoa. Tudo bem brasileiro, com direito a torcida e vendedor de pipoca. Com a quantidade de informações que estamos expostos o tempo todo, estamos o tempo todo tentando não ser um dos atrasados do ENEM. A pandemia que já existia antes da atual, que ataca os pulmões, ataca diretamente nossas emoções em forma de ansiedade. A corrida de estar sempre atualizado, a pobreza nos conteúdos encontrados nas breves notícias que nos pescam pelos títulos e a riqueza de conteúdo nas threads das pessoas que estudam os assuntos específicos.

Uma corrida insana, invencível. Sem ganho real. Os resultados são quadrados, sem mudanças, sem novas criações. UFA! Calma, gente.

Já justifiquei o meu atraso na postagem. Não, mentira, calma aí que você já vai entender tudo.

Dia desses num destes documentários sobre a evolução do planeta apresentada em duas horas, eu vi que o homem teve sua evolução porque estamos no único planeta do sistema que suporta e mantém fogo. Não lava, mas fogo mesmo. A humanidade, assim como todos os outros seres vivos, concorre pela energia do universo criada no Big Bang, descobriu que o fogo potencializava a energia dos alimentos, que quando uma carne era passada no fogo as calorias eram multiplicadas. E assim tudo foi evoluindo. A faringe se adaptou para fala, o cérebro a entender e racionalizar que era possível aprender através do outro. Saber o que era um tigre sem nunca ter visto um tigre. Fogo movendo toda a evolução.

Se eu escrevo tudo isso hoje e alguém lê, é porque em algum momento alguém criou um jeito de se comunicar por símbolos e desenhos. Além da criação, toda a adaptação feita ao longo do tempo para ajustar a realidade e a cultura. Tudo, no momento que é criado ou adaptado exigiu algum canto de criatividade para ser feito.

Vi muita gente falando sobre se reinventar por causa da pandemia. Criar novas formas de garantir a sobrevivência e a vida. Criatividade é essencial como o fogo. O início de tudo e o que nos mantém evoluindo.

Mas o fogo para começar precisa de uma faísca e para perdurar precisa de atenção e cuidado. Se colocarmos a criatividade como uma necessidade para evolução, temos que questionar o quanto investimos nela, quanto tempo e quanto estamos sendo criativos em nossas ações e tomadas de decisão. Se estivermos sempre atrás de informações com medo de ser um dos atrasados do ENEM, sem nem questionar ou elaborar sobre o que lemos e estamos acumulando, quanto a nossa criatividade fica minada? Quanto é usado de criatividade para instigar o mal e a involução de pensamento? E a pergunta valendo mais um milhão de anos da humanidade na Terra. Por onde anda a criatividade das pessoas?

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Achei linda a proposta da minha xará Aline @alinevalek e da Gabi @umacertagabi de voltarmos a blogar. E não foi simplesmente um chamado, tem proposta de temas semanais baseados em tarô. Decidi tentar, às vezes a gente só precisa recomeçar, né mesmo?

O tema da semana passada que escrevi hoje foi este:



tema de 1º a 07 de novembro: PAUS

O naipe de paus está ligado diretamente à energia do fogo e basta pensar no significado deste elemento para a humanidade — nós não vivemos sem ele. É um naipe impulsionador, dinâmico e que fala da nossa criatividade. O que te sustenta? O que te estimula? O que te dá paixão? Publique no seu blog e participe da blogagem coletiva compartilhando com a hashtag: #estacaoblogagem.

Tem muita gente boa participando, é só procurar pela hashtag.  =)

E como diria Stephen King, quanto mais a gente lê, melhor a gente escreve, vou deixar o link do blog delas porque vale a pena seguir:

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Okay, faz muito tempo que não escrevo então deixe aqui seu comentário sobre o texto, DM, twitter, ou me manda um telegrama. O que quiser heheh Mas sem correria, estamos aqui de boas. 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Filme: A Vida Secreta de Walter Mitty



Assistindo hoje o vídeo do Jovem Nerd sobre filmes que dão vontade de viajar, entrei naquele modo que a gente fica refletindo sobre quanto o mundo é imenso e o quanto há para se ver ainda.

O filme A Vida Secreta de Walter Mitty fala exatamente sobre isso. Sobre como a gente se acomoda a uma vida de hábitos e rotinas, e como isso pode ir engolindo a gente, a nossa criatividade, as nossas inspirações.

Pensar nisso trancado numa quarentena pode dar uma certa ansiedade sobre como vou chegar nesse ponto de sair da rotina, afinal a rotina é o nosso porto seguro atual. Entenda que a rotina não é ruim quando pensamos que no momento temos que ser práticos e pensar no que estamos fazendo a cada passo. Mas o quanto essa rotina afoga os seus pensamentos próprios? Talvez sentar pra relaxar, ler um livro, escutar uma música, meditar, já sejam maneiras de fugir da rotina e de praticar uma higiene mental nesses tempos.

Seyðisfjörður, na Islândia

Seyðisfjörður, na Islândia


Uma das coisas que eu gosto nesse filme é a versão de Space Oddity, do David Bowie, cantada pela atriz Kristen Wiig. É uma das minhas músicas favoritas, e tem tudo a ver com a solidão que nos submetemos e quando isso acontece pensamos no que construímos, nos nossos amores e contemplamos a vida. Aliás, que trilha sonora maravilhosa este filme tem.

Pesquisando aqui, achei um post muito legal do Viagens Cine sobre esse filme, que eles citam a frase de Shakespeare: "Sabemos o que somos, mas não o que podemos ser."

As imagens peguei no Pinterest porque a Islândia é só um projeto ainda. (não achei a quem creditar) ❤️ É da cidade de Seydisfjordur onde foram filmadas a cenas do skate.


E aí, partiu transformar nossos dias?